O mais velho diz que o mais novo “tem a mesma linha de pensamento” sobre cozinha, mas que “subiu uns degraus” acima dele próprio. O mais novo considera-se “orgulhosamente discípulo” do mais velho e refere que ele foi fundamental para a sua decisão de ser cozinheiro profissional em 1999. De facto, desta vez, um “jantar a quatro mãos” promete ser isso mesmo e não apenas a junção de dois nomes famosos a apresentar cada um os seus pratos e os seus estilos. “Acho que, além do facto de nos conhecermos há mais de 20 anos, esta iniciativa é diferente porque preparámos em conjunto o menu, não vamos cruzar pratos, mas sim cozinhar todos a quatro mãos”, salienta ao Mesa Marcada Diogo Rocha, do restaurante Mesa de Lemos, em Silgueiros, Viseu (uma estrela Michelin), que vem até Lisboa para no dia 1 de Junho apresentar um jantar único no restaurante Varanda, no Hotel Mundial, onde Vítor Sobral é consultor.
Vítor Sobral não é, aliás, nome habitual em jantares a várias mãos – “fiz apenas alguns com chefes brasileiros na Tasca da Esquina e mais recentemente com o Rodrigo Castelo, no Ó Balcão, em Santarém”, sublinha ao Mesa Marcada -, mas a cumplicidade que mantém com Diogo Rocha desde os tempos em que foi consultor de uma empresa onde o pai deste trabalhava levou-o a abrir uma excepção. “Vi nessa altura o valor que ele tinha e incentivei-o a fazer a escola de hotelaria. Depois, fui consultor do produtor de vinhos Dão Sul e ele era responsável pelos restaurantes do grupo. E fui também o consultor inicial da Quinta de Lemos e recomendei que o contratassem”, recorda. “Acho que ele conseguiu ganhar uma estrela Michelin com muito mérito, sem precisar de andar a vender caviar, carabineiros ou foie gras, mas sim a vender cabrito”.
Já Diogo Rocha, de 38 anos, destaca a “sorte” de ter encontrado Vítor Sobral numa fase da vida em que já cozinhava, mas hesitava em seguir a profissão, tendo por sua influência decidido tirar o curso da Escola de Hotelaria de Coimbra. Mais tarde, chegaria a trabalhar no Terreiro do Paço, antigo restaurante então chefiado por Vítor Sobral. “Apesar da diferença de idades, sempre me identifiquei com a maneira como ele olha a cozinha portuguesa e fico extremamente orgulhoso com a opinião que tem sobre mim. Estou muito satisfeito por estar ao seu lado neste jantar”, afirma.
O jantar decorre no Varanda, com excelente vista sobre a cidade (na foto), custa 70 euros por pessoa e inclui os vinhos da Quinta de Lemos (Dão). Começa com enguia fumada e espargos verdes, segue com robalo marinado com couve-flor assada, beterraba, maracujá e gengibre, depois cachaço de bacalhau e caril de sames, cabrito assado com salada de favas e poejos e brioche de açafroa e termina com gelado de requeijão Serra da Estrela com farofa de pistácios e anis estrelado e ainda citrinos da horta da Quinta de Lemos. Reservas através do tel. 218 842 000 ou do e-mail eventos@phchotels.pt.
Todos os conselhos da Mesa Marcada têm sido ótimos, daí que assim que chegou a informação sobre este jantar tenha reunido um pequeno grupo de amigos (cinco) e solicitado ao meu marido para fazer a reserva e sermos informados dos dados para sinalizar o jantar.
Acontece que, passadas cerca de 24 horas, não obtivemos qualquer resposta, pelo que não sei se poderei fazer algum comentário sobre o jantar.
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