Ui que ele aderiu à onda da cozinha saudável… Calma, não é bem assim. Ou melhor, gosto de comer bons produtos com sabor. Se for também saudável, melhor. Mas vamos ao que me trouxe aqui.
Uma das vantagens de frequentar mercados ou supermercados/lojas de produtos biológicos é ficarmos a saber in loco quais os produtos horto-frutícolas (e não só) da época disponíveis. É verdade que também por lá andam os que não são de temporada mas sim produzidos em estufas de forma pouco sustentável e os de época de latitudes distantes que fazem milhares de quilómetros para cá chegarem.
Não sou radical, mas diria que 70/80% dos vegetais e do peixe que consumo é de estação, porque acredito que estes produtos são mais saborosos, saudáveis, sustentáveis e baratos. Como ainda por cima gosto de cozinhar, encaro como um desafio e não como uma dificuldade a menor diversidade existente no Inverno e inicio de primavera – a época das verduras, sobretudo das couves.
Entre os vários tipos de couves que tenho encontrado com regularidade em lugares como o Mercado bio do Príncipe Real ou na Miosótis encontra-se a kale. Sim, a kale, aquela couve de folhas frisadas (Brassica oleracea, grupo Acephala) apelidada de “superalimento”, venerada pelas (e pelos) bloguistas e especialistas de alimentação saudável e que deu origens a dezenas de livros sobre o tema, entre eles um com o título “50 Shades of Kale” (sim, este título é mesmo verdadeiro).
A propósito, segundo o co-autor desta obra, o professor da Universidade de Columbia Drew Ramsey, citado pela Time, uma chávena de kale (que raio de medida, mas enfim), preenche 14% das nossas necessidades diárias de cálcio, 659% de vitamina A e mais de 900% de vitamina K. Ao que consta, esta tareia de vitaminas e afins (muitas delas com características antioxidantes), ajuda a prevenir uma série de maleitas como, por exemplo, as doenças cardiovasculares ou a asma e variadíssimos tipos de cancro, além de ter alegadamente um papel importante na prevenção contra o envelhecimento da pele.
Deixo o blah blah sobre a parte mais funcional/saudável para os especialistas em nutrição, para falar do que mais interessa aqui, que é o facto de gostar bastante desta couve.
Na verdade, comecei por não lhe achar grande piada porque, basicamente, cozia-a e ela não tinha gracinha nenhuma – nem à vista, nem no palato. Porém, pesquisei no Dr. Google e descobri que a massajando durante uns minutos, ou seja, quebrando-lhe as fibras, a kale tornava-se agradável e digesta quando comida crua ou salteada, como prefiro.
Sim, é meio estranho dizer-se a alguém, que se tem de ir mais cedo para casa por ter de se ir “massajar a kale”. “Fazer o quê e a quem??”. Pois. Mas há coisas piores na vida. A verdade é que resulta e para quem não quiser fazer esse exercício pode dar-lhe com o pilão em cima de uma tábua (isto está a ficar bonito, está…). Os mais sensíveis podem achar que é uma decisão demasiado extrema, mas, na verdade resulta, sobretudo se a ideia for salteá-la. Se não se quiser fazer nem uma coisa nem outra, mas se quiser comê-la crua, vai assemelhar-se a mastigar… o invólucro de uma pastilha elástica.
E não há por aí umas receitas?
Bom, o Mesa Marcada não é um blogue de receitas mas aqui vão umas dicas de alguns pratos que fiz recentemente com a “super kale” – sempre salteada.
Primeiro trabalho a couve. Retiro as folhas frisadas dos talos, rasgo-a em pedaços e estendo-os em cima de uma tábua para lhe esmagar as fibras com o pilão. Depois salteio-as em azeite e alho e já está.
kale, puré de couve-flor, ovo escalfado e chouriço
kale, puré de couve-flor, ovo escalfado e chouriço
Tanto no prato de cima, como no de baixo, coloquei duas colheres de puré no fundo (de couve flor, no de cima; de aipo bola, no de baixo), deitei um ovo escalfado em cima e dispus a kale em volta. O prato de cima levou ainda uns pedacinhos de chouriço frito e trigo sarraceno torrado, enquanto no de baixo servi antes com cogumelos e espargos brancos grelhados.
Couve kale, puré de aipo bola, espargos, cogumelos pleurotos e ovo escalfado
Um mês depois voltei à carga (foto abaixo)…
Kale, batata doce, funcho e pesto,
Voltei a utilizar o mesmo processo com a couve e salteei-a de novo. Acompanhei com batata doce e funcho, ambos assados no forno. Desta vez não houve puré, mas sim um molho de pesto no topo. Certamente que haverá outras formas de utilizar esta couve. Para mim esta é a minha preferida. Bom fim de semana.
Ui que ele aderiu à onda da cozinha saudável… Calma, não é bem assim. Ou melhor, gosto de comer bons produtos com sabor. Se for também saudável, melhor. Mas vamos ao que me trouxe aqui.
Uma das vantagens de frequentar mercados ou supermercados/lojas de produtos biológicos é ficarmos a saber in loco quais os produtos horto-frutícolas (e não só) da época disponíveis. É verdade que também por lá andam os que não são de temporada mas sim produzidos em estufas de forma pouco sustentável e os de época de latitudes distantes que fazem milhares de quilómetros para cá chegarem.
Não sou radical, mas diria que 70/80% dos vegetais e do peixe que consumo é de estação, porque acredito que estes produtos são mais saborosos, saudáveis, sustentáveis e baratos. Como ainda por cima gosto de cozinhar, encaro como um desafio e não como uma dificuldade a menor diversidade existente no Inverno e inicio de primavera – a época das verduras, sobretudo das couves.
Entre os vários tipos de couves que tenho encontrado com regularidade em lugares como o Mercado bio do Príncipe Real ou na Miosótis encontra-se a kale. Sim, a kale, aquela couve de folhas frisadas (Brassica oleracea, grupo Acephala) apelidada de “superalimento”, venerada pelas (e pelos) bloguistas e especialistas de alimentação saudável e que deu origens a dezenas de livros sobre o tema, entre eles um com o título “50 Shades of Kale” (sim, este título é mesmo verdadeiro).
A propósito, segundo o co-autor desta obra, o professor da Universidade de Columbia Drew Ramsey, citado pela Time, uma chávena de kale (que raio de medida, mas enfim), preenche 14% das nossas necessidades diárias de cálcio, 659% de vitamina A e mais de 900% de vitamina K. Ao que consta, esta tareia de vitaminas e afins (muitas delas com características antioxidantes), ajuda a prevenir uma série de maleitas como, por exemplo, as doenças cardiovasculares ou a asma e variadíssimos tipos de cancro, além de ter alegadamente um papel importante na prevenção contra o envelhecimento da pele.
Deixo o blah blah sobre a parte mais funcional/saudável para os especialistas em nutrição, para falar do que mais interessa aqui, que é o facto de gostar bastante desta couve.
Na verdade, comecei por não lhe achar grande piada porque, basicamente, cozia-a e ela não tinha gracinha nenhuma – nem à vista, nem no palato. Porém, pesquisei no Dr. Google e descobri que a massajando durante uns minutos, ou seja, quebrando-lhe as fibras, a kale tornava-se agradável e digesta quando comida crua ou salteada, como prefiro.
Sim, é meio estranho dizer-se a alguém, que se tem de ir mais cedo para casa por ter de se ir “massajar a kale”. “Fazer o quê e a quem??”. Pois. Mas há coisas piores na vida. A verdade é que resulta e para quem não quiser fazer esse exercício pode dar-lhe com o pilão em cima de uma tábua (isto está a ficar bonito, está…). Os mais sensíveis podem achar que é uma decisão demasiado extrema, mas, na verdade resulta, sobretudo se a ideia for salteá-la. Se não se quiser fazer nem uma coisa nem outra, mas se quiser comê-la crua, vai assemelhar-se a mastigar… o invólucro de uma pastilha elástica.
E não há por aí umas receitas?
Bom, o Mesa Marcada não é um blogue de receitas mas aqui vão umas dicas de alguns pratos que fiz recentemente com a “super kale” – sempre salteada.
Primeiro trabalho a couve. Retiro as folhas frisadas dos talos, rasgo-a em pedaços e estendo-os em cima de uma tábua para lhe esmagar as fibras com o pilão. Depois salteio-as em azeite e alho e já está.
Tanto no prato de cima, como no de baixo, coloquei duas colheres de puré no fundo (de couve flor, no de cima; de aipo bola, no de baixo), deitei um ovo escalfado em cima e dispus a kale em volta. O prato de cima levou ainda uns pedacinhos de chouriço frito e trigo sarraceno torrado, enquanto no de baixo servi antes com cogumelos e espargos brancos grelhados.
Um mês depois voltei à carga (foto abaixo)…
Voltei a utilizar o mesmo processo com a couve e salteei-a de novo. Acompanhei com batata doce e funcho, ambos assados no forno. Desta vez não houve puré, mas sim um molho de pesto no topo. Certamente que haverá outras formas de utilizar esta couve. Para mim esta é a minha preferida. Bom fim de semana.
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