Depois de cancelamento da cerimónia de 2020 devido à pandemia, o ranking dos 50 melhores restaurantes do mundo está de regresso em 2021. Será em Antuérpia, na Bélgica, como estava previsto, mas a 5 de outubro e não em Junho como era habitual.
Será o retorno após a pausa de um ano durante a qual a organização 50 Best se procurou reinventar levando a cabo projectos como o 50 Best for Recovery (de angariação de fundos), ou o mais recente 50 Next (a geração que está a moldar o futuro da gastronomia).
A nova lista de 2021 (que será o desfecho do apuramento dos resultados de 2020 e de 2021 – ver detalhes abaixo) espelhará os condicionamentos deste período em que vivemos. Porém, ao que tudo indica, a gala de Antuérpia retomará o modelo de Bilbau (em 2019), com um fórum 50BestTalks nos dias que lhe antecedem, num formato misto, presencial (com as limitações que ainda possam existir nessa altura) e digital .
Pelo menos é essa intenção de William Drew, do 50Best. “Estamos muito entusiasmados com a realização deste importante evento gastronómico na Flandres, no início de Outubro, e continuamos optimistas de que com a vacinação em andamento permitirá que o maior número possível de pessoas se junte a nós com segurança, em Antuérpia. O programa do evento permitirá que a comunidade gastronómica global volte a interagir presencialmente, volte a compartilhar experiências, a celebrar a resiliência e o brilho e, em última instância, a ajudar a impulsionar o sector da restauração quando ele mais precisa do nosso apoio”.
Num período em que espera o regresso dos turistas em força, o Ministro do Turismo flamengo Zuhal Demir não esconde os objectivos por detrás do acolhimento do evento. “A vontade de desfrutar do melhor que a nossa gastronomia flamenga tem para oferecer nunca foi tão relevante como agora. Há um apetite saudável para dinamizar o nosso sector da hospitalidade altamente premiado e muito estimado, representado pelos nossos chefs flamengos e artesãos culinários, que certamente merecem reconhecimento internacional”.
Mudanças na votação. Como foi concebida a lista de 2021
O ranking anual de restaurantes é criado habitualmente a partir dos votos do que a organização denomina The World’s 50 Best Restaurants Academy, que reúne “um grupo influente de mais de 1000 líderes composto por jornalistas e críticos gastronómicos, chefs, donos de restaurantes e especialistas em gastronomia num equilíbrio de género de 50/50”. Cada membro da Academia vota geralmente em 10 restaurantes, em que pelo menos quatro deles são de fora de sua região de origem.
Porém, desta vez houve mudança na metodologia que leva em conta as restrições a viagens internacionais e à limitação de visitas a restaurantes no ano passado. Assim, a lista de 2021 será o resultado de uma combinação de votos dados em janeiro de 2020 (que nunca foi publicado), com uma actualização de votação que ocorreu em Março de 2021, onde cada membro do júri teve a hipótese de alterar as suas escolhas de 2020, com base apenas em experiências nos restaurantes da sua própria região nos 14 meses precedentes à votação anterior. Esta alteração reflectirá assim, crê a organização, “a importância crescente dos restaurantes locais”.
A lista de 2021 será, portanto, criada a partir de uma combinação de experiências pré-pandémicas mais amplas e, quando possível, atualizações locais mais recentes. Todos os estabelecimentos que fecharam definitivamente ou mudaram seu conceito de uma forma profunda desde a votação serão removidos do ranking, embora, referem os organizadores, “ainda sejam reconhecidos e celebrados como parte do evento de premiação dos 50 melhores restaurantes do mundo”. De igual modo, mantém-se a regra de excluir da lista os anteriores vencedores – El Bulli, The French Laundry, Fat Duck, Noma, Celler de Can Roca, Osteria Francescana, Eleven Madison e Mirazur, o mais recente nº1 – relegados desde a última edição para uma galeria dos notáveis denominada The best of the best (ainda que o Noma seja elegível por ter mudado de lugar e de conceito).
Parte dos “The Best of the Best”: Massimo Bottura (Osteria FRancescana), Rene Redzepi (Noma), Mick Jagger, perdão, Ferran Adrià (El Bulli), Joan Roca (El Celler de Can Roca) e Daniel Humm (Eleven Madison Park)
Esta alteração parece pacífica e faz sentido. Porém, dificilmente não deixará de prejudicar países mais periféricos, como Portugal, incluído numa região fortíssima com uma potência gastronómicas como Espanha, que reúne habitualmente uma série de restaurantes entre os melhores classificados na lista.
É mais ou menos sabido que se contar apenas com os votos do jurado português (que não serão mais de ¼ do conjunto dos votantes da Península Ibérica), mesmo na sua totalidade, tal não será suficiente para um restaurante de Portugal entrar no top 50, ou até mesmo no top 100. Deste modo, e numa altura em que um certo patriotismo estará ainda mais evidente, dificilmente um novo restaurante português aparecerá nos 100 primeiros, tal como será complicado ao Belcanto, que foi 42º em 2019, continuar a subir na lista, ou até manter um lugar na mesma. Mas, a ver vamos, ou como diria o outro, prognósticos só no fim do jogo. Em Outubro saberemos.
Depois de cancelamento da cerimónia de 2020 devido à pandemia, o ranking dos 50 melhores restaurantes do mundo está de regresso em 2021. Será em Antuérpia, na Bélgica, como estava previsto, mas a 5 de outubro e não em Junho como era habitual.
Será o retorno após a pausa de um ano durante a qual a organização 50 Best se procurou reinventar levando a cabo projectos como o 50 Best for Recovery (de angariação de fundos), ou o mais recente 50 Next (a geração que está a moldar o futuro da gastronomia).
A nova lista de 2021 (que será o desfecho do apuramento dos resultados de 2020 e de 2021 – ver detalhes abaixo) espelhará os condicionamentos deste período em que vivemos. Porém, ao que tudo indica, a gala de Antuérpia retomará o modelo de Bilbau (em 2019), com um fórum 50BestTalks nos dias que lhe antecedem, num formato misto, presencial (com as limitações que ainda possam existir nessa altura) e digital .
Pelo menos é essa intenção de William Drew, do 50Best. “Estamos muito entusiasmados com a realização deste importante evento gastronómico na Flandres, no início de Outubro, e continuamos optimistas de que com a vacinação em andamento permitirá que o maior número possível de pessoas se junte a nós com segurança, em Antuérpia. O programa do evento permitirá que a comunidade gastronómica global volte a interagir presencialmente, volte a compartilhar experiências, a celebrar a resiliência e o brilho e, em última instância, a ajudar a impulsionar o sector da restauração quando ele mais precisa do nosso apoio”.
Num período em que espera o regresso dos turistas em força, o Ministro do Turismo flamengo Zuhal Demir não esconde os objectivos por detrás do acolhimento do evento. “A vontade de desfrutar do melhor que a nossa gastronomia flamenga tem para oferecer nunca foi tão relevante como agora. Há um apetite saudável para dinamizar o nosso sector da hospitalidade altamente premiado e muito estimado, representado pelos nossos chefs flamengos e artesãos culinários, que certamente merecem reconhecimento internacional”.
Mudanças na votação. Como foi concebida a lista de 2021
O ranking anual de restaurantes é criado habitualmente a partir dos votos do que a organização denomina The World’s 50 Best Restaurants Academy, que reúne “um grupo influente de mais de 1000 líderes composto por jornalistas e críticos gastronómicos, chefs, donos de restaurantes e especialistas em gastronomia num equilíbrio de género de 50/50”. Cada membro da Academia vota geralmente em 10 restaurantes, em que pelo menos quatro deles são de fora de sua região de origem.
Porém, desta vez houve mudança na metodologia que leva em conta as restrições a viagens internacionais e à limitação de visitas a restaurantes no ano passado. Assim, a lista de 2021 será o resultado de uma combinação de votos dados em janeiro de 2020 (que nunca foi publicado), com uma actualização de votação que ocorreu em Março de 2021, onde cada membro do júri teve a hipótese de alterar as suas escolhas de 2020, com base apenas em experiências nos restaurantes da sua própria região nos 14 meses precedentes à votação anterior. Esta alteração reflectirá assim, crê a organização, “a importância crescente dos restaurantes locais”.
A lista de 2021 será, portanto, criada a partir de uma combinação de experiências pré-pandémicas mais amplas e, quando possível, atualizações locais mais recentes. Todos os estabelecimentos que fecharam definitivamente ou mudaram seu conceito de uma forma profunda desde a votação serão removidos do ranking, embora, referem os organizadores, “ainda sejam reconhecidos e celebrados como parte do evento de premiação dos 50 melhores restaurantes do mundo”. De igual modo, mantém-se a regra de excluir da lista os anteriores vencedores – El Bulli, The French Laundry, Fat Duck, Noma, Celler de Can Roca, Osteria Francescana, Eleven Madison e Mirazur, o mais recente nº1 – relegados desde a última edição para uma galeria dos notáveis denominada The best of the best (ainda que o Noma seja elegível por ter mudado de lugar e de conceito).
Esta alteração parece pacífica e faz sentido. Porém, dificilmente não deixará de prejudicar países mais periféricos, como Portugal, incluído numa região fortíssima com uma potência gastronómicas como Espanha, que reúne habitualmente uma série de restaurantes entre os melhores classificados na lista.
É mais ou menos sabido que se contar apenas com os votos do jurado português (que não serão mais de ¼ do conjunto dos votantes da Península Ibérica), mesmo na sua totalidade, tal não será suficiente para um restaurante de Portugal entrar no top 50, ou até mesmo no top 100. Deste modo, e numa altura em que um certo patriotismo estará ainda mais evidente, dificilmente um novo restaurante português aparecerá nos 100 primeiros, tal como será complicado ao Belcanto, que foi 42º em 2019, continuar a subir na lista, ou até manter um lugar na mesma. Mas, a ver vamos, ou como diria o outro, prognósticos só no fim do jogo. Em Outubro saberemos.
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