Notas

Morreu Pierre Troisgros

Chega a triste notícia da morte de Pierre Troisgros, aos 92 anos, um dos chefes mais importantes do século XX, nome fundamental, junto com o seu irmão Jean, da Nouvelle Cuisine, à frente do lendário restaurante que leva o nome da família, em Roanne, perto de Lyon. Hoje, o restaurante, fundado pelos seus pais, que continua com três estrelas Michelin, é dirigido pelo filho Michel, sendo que o outro filho, Claude, se radicou no Rio de Janeiro na década de 70, onde também seguiu uma brilhante carreira como cozinheiro.

A título pessoal, lembro-me de o ter entrevistado para o “Diário de Notícias” no início dos anos 2000 e como fiquei conquistado pelo seu humor e simpatia. Embora já retirado, continuava a seguir tudo o que se passava na cozinha, fazendo aliás, frequentes visitas a restaurantes acompanhado pelo seu grande amigo e colega Paul Bocuse. Como era inevitável na altura, perguntei-lhe se já tinha estado no El Bulli, de Ferran Adrià, esperando uma resposta com as reservas (ou pior…) que habitualmente os chefes franceses punham à vanguarda espanhola. Mas ele disse-me algo como (cito de memória): “Adorei. Só dizia comigo, como é que eu não pensei nisto antes?”.  Nunca me esqueci desta resposta, reveladora de um grande cozinheiro e de um grande inovador.

Nasceu em Lisboa em 1963. Licenciou-se em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa e trabalhou em diversos jornais (Semanário, Diário Popular e Diário de Lisboa) e, depois, na área de comunicação empresarial. Em 1997, começou a colaborar com a revista “Fortuna” na área de gastronomia e vinhos. Em 1999, criou a página “Boa Vida” para o “Diário de Notícias”, que coordenou até Janeiro de 2009, com algumas interrupções. Entre 2007 e 2019, foi coordenador do Projecto Gastronomia da Associação de Turismo de Lisboa e, nesse âmbito, director do festival gastronómico Peixe em Lisboa, continuando a escrever artigos sobre gastronomia e restaurantes em várias publicações.

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