A notícia surgiu de rompante e virou, infelizmente, o assunto do dia no meio gastronómico. O chef Joe Best, de 55 anos, faleceu hoje, em Beja, vítima de doença.
José Besteiro, de seu nome, era uma figura muito particular no meio. Sempre muito presente nas redes sociais, grande fã dos U2 (disseram-me que casou com a sua mulher num concerto, em Coimbra), o seu percurso na cozinha fez-se, sobretudo, nos bastidores, como consultor, formador, chef de eventos e chef privado, com uma ou outra passagem por restaurantes.
Como muita gente, conheci-o à distância e tinha a ideia de um bad boy, fanfarrão de porte respeitável. Porém, a primeira vez que o conheci, num evento em sua casa para o qual fui convidado, desfiz completamente essa ideia do mauzão: a sua simpatia e, sobretudo, a delicadeza no contacto pessoal deixou-me desarmado.
Não nos teremos cruzámos mais do que uma dezena de vezes, mas é essa imagem do grandão delicado que relembro – nesse evento, num restaurante (uma vez em Mourão), no Congresso dos Cozinheiros, nas cerimónias dos Prémios do Mesa Marcada, nas quais marcou sempre presença –fazia parte do júri.
Hoje, ao falar com alguns amigos do meio todos acentuavam esse lado de alguém que estava de bem com a vida, que se dava com toda a gente, amigo de seu amigo, voluntarioso e protector (mesmo que pudesse ter momentos mais sombrios na sua vida privada). O seu lado de bon vivant e galhofeiro é também recordado. Como dizia um amigo, o Joe era a única pessoa que conheceu que, um dia, num acto excessivo derrubou um frappé cheio de água com estrondo e conseguiu deixar o empregado do restaurante a rir com a forma como se desfez em desculpas.
Todas as pessoas são boas quando morrem, mas ao que consta, há umas melhores do que outras. José Besteiro partiu hoje. Deixa a mulher e dois filhos. Deixo os meus sentimentos à família. Paz à sua alma.
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A notícia surgiu de rompante e virou, infelizmente, o assunto do dia no meio gastronómico. O chef Joe Best, de 55 anos, faleceu hoje, em Beja, vítima de doença.
José Besteiro, de seu nome, era uma figura muito particular no meio. Sempre muito presente nas redes sociais, grande fã dos U2 (disseram-me que casou com a sua mulher num concerto, em Coimbra), o seu percurso na cozinha fez-se, sobretudo, nos bastidores, como consultor, formador, chef de eventos e chef privado, com uma ou outra passagem por restaurantes.
Como muita gente, conheci-o à distância e tinha a ideia de um bad boy, fanfarrão de porte respeitável. Porém, a primeira vez que o conheci, num evento em sua casa para o qual fui convidado, desfiz completamente essa ideia do mauzão: a sua simpatia e, sobretudo, a delicadeza no contacto pessoal deixou-me desarmado.
Não nos teremos cruzámos mais do que uma dezena de vezes, mas é essa imagem do grandão delicado que relembro – nesse evento, num restaurante (uma vez em Mourão), no Congresso dos Cozinheiros, nas cerimónias dos Prémios do Mesa Marcada, nas quais marcou sempre presença –fazia parte do júri.
Hoje, ao falar com alguns amigos do meio todos acentuavam esse lado de alguém que estava de bem com a vida, que se dava com toda a gente, amigo de seu amigo, voluntarioso e protector (mesmo que pudesse ter momentos mais sombrios na sua vida privada). O seu lado de bon vivant e galhofeiro é também recordado. Como dizia um amigo, o Joe era a única pessoa que conheceu que, um dia, num acto excessivo derrubou um frappé cheio de água com estrondo e conseguiu deixar o empregado do restaurante a rir com a forma como se desfez em desculpas.
Todas as pessoas são boas quando morrem, mas ao que consta, há umas melhores do que outras. José Besteiro partiu hoje. Deixa a mulher e dois filhos. Deixo os meus sentimentos à família. Paz à sua alma.
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