A curiosidade pelo que é novo desperta sempre grande entusiasmo, mas no fim do dia o que queremos, ou o que muitos querem, é o regresso à zona de conforto, a um produto ou tipo de cozinha, a um estilo de atendimento mais familiar, ao simples desfruto do momento, ou somente a um prato preferido que nos apela ao sabor e à memória. É nestes momentos que damos valor aos restaurantes de sempre, àqueles que não queremos que mudem, mesmo que apreciemos que não fiquem completamente parados no tempo. Por outro lado, um clássico também pode ser um restaurante de fine dining com uma linha evolutiva em que ano após ano vai reconquistando as estrelas mantendo um público fiel.
Foi com o intuito de homenagear esses restaurantes que instituímos, na edição passada dos prémios do Mesa Marcada, o Prémio Especial Restaurante Clássico do Ano, galardão a que, este ano, se associou a Miele, como patrocinadora.
Nesse sentido, sugerimos a um dos nossos painéis restritos do júri que escolhesse um restaurante de uma lista de 32 lugares com pelo menos 25 anos de vida, de Norte a Sul do país, independentemente do estilo de cozinha, do Maria Rita, em Jerusalém do Romeu, Mirandela, à Tasca do Celso, em VN Milfontes, do Tia Alice, em Fátima, ao estrelado Vila Joya, na Guia, Algarve.
Este júri, que poderia ainda acrescentar outros nomes à lista, foi o mesmo que elegeu os prémios especiais Produtor e Cutipol Carreira, e que este ano foi composto por 25 chefes de cozinha, que em seu nome ou do seu restaurante, integraram o top 10 ou venceram um dos prémios especiais do Mesa Marcada dos últimos cinco anos.
Entre os votados houve cinco restaurantes que se distinguiram. São eles, então, os nomeados para o Prémio Especial Miele Restaurante Clássico do Ano 2022, a saber:
Mugasa, em Fogueira, Sangalhos e a cervejaria Ramiro, em Lisboa (ambos repetentes); o Beira Mar, em Cascais e os lisboetas Gambrinus e Solar dos Presuntos.
Para saber quem sucederá o portuense Adega São Nicolau, distinguido em 2021, bem como o resultado dos restantes prémios especiais, ou da lista dos 10 Restaurantes e 10 Chefes Preferidos do Mesa Marcada, vai ser preciso esperar pelo dia 30 de Janeiro, a partir das 18.30h, data em que serão anunciados os prémios numa cerimónia que se realizará na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa.
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Mesa Marcada 
Desses nomeados, embora em abono da verdade em tempos tenha realmente sido “clássico”, o Ramiro hoje em dia julgo que não se enquadra nessa categoria por estar demasiado “turistizado” e, não despiciendo, só disponibilizar menu QR Code. Um restaurante sem ementa em papel não pode ser considerado um clássico, por muitos anos que possa ter.
O Solar dos Presuntos também está um pouco na fronteira por também ter ficado muito turístico ( saudades dos tempos de Armando Cortez).
Para mim, sem dúvida, o galardão seria para o Gambrinus, este sim um verdadeiro clássico e que o Expresso recentemente (e muito justamente) evidenciou na sua edição dos 50 anos.
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