Mais do que uma consultoria, é uma amizade. É assim que Miguel Castro e Silva define a sua ligação ao Fado ao Carmo, que reabre na segunda-feira com novos proprietários e novas propostas gastronómicas, assinadas por este conhecido chefe portuense radicado em Lisboa há uns anos. E os amigos de Miguel Castro e Silva são dois nomes ilustres do fado, o intérprete Rodrigo Costa Félix e o guitarrista Luís Guerreiro, que decidiram recentemente adquirir esta casa, situada bem perto do Largo do Carmo. Aberta há cerca de ano e meio, ela tinha fechado por causa da pandemia e os novos proprietários apostaram na qualidade e na identidade gastronómica como factor diferenciador, mesmo sabendo que os turistas estrangeiros, público fundamental deste tipo de estabelecimentos, ainda podem demorar algum tempo para voltar.
“Acho que as pessoas estão muito desejosas de voltar a sair. Já temos a primeira semana toda reservada e só com portugueses”, disse Rodrigo Costa Félix ao Mesa Marcada. Para já, devido às restrições ainda em vigor, dos 40 lugares do Fado ao Carmo, apenas 20 estarão disponíveis, a abertura é só até às 22h (abre às 19h) e por enquanto ficará fechado aos fins de semana. Depois, a terça-feira será o dia de encerramento. “Pode parecer estranho uma casa de fados fechar tão cedo, mas espero que em breve, com o previsto levantamento das restrições, possamos funcionar até às 2h da manhã e dar dois serviços de jantar”, afirma o fadista.
Assim, por 35 euros por pessoa, há um menu que integra couvert e três petiscos colocados logo na mesa mal se chega, com escabeche de codorniz, salada (alcachofras com queijo de cabra é uma das actuais propostas) e pastéis de massa tenra. Nos pratos principais, escolhe-se entre bacalhau à Brás, lombo de bacalhau assado com crosta de ervas, filetes de polvo com arroz de tomate e pimentos, posta de alcatra com molho vilão, batata a murro e couve à antiga, bochecha assada com migas de espargos verdes ou costela mendinha com arroz de forno (um “clássico” de Castro e Silva). E ainda uma empada de legumes como opção vegetariana. Nas sobremesas, mousse de chocolate com crocante de amêndoa, maçã assada com vinho do Porto, pudim flan ou toucinho do céu. Água, café e uma bebida (um copo de vinho ou uma cerveja) estão incluídos no preço, bem como o “couvert artístico”, garantido por Rodrigo Costa Félix e Luís Guerreiro, mas que terá vários convidados, não só das novas gerações, mas também de nomes famosos das mais antigas.
Miguel Castro e Silva diz que fez uma lista de pratos “assumidamente” direcionada para turistas, mas cujas opções certamente também agradarão aos clientes portugueses, com influências de diversas regiões do país. “As duas primeiras semanas vão ser de teste, mas tenho já outros pratos pensados – como, por exemplo, coxa de pato com canela e azeitonas, como se faz em Trás-os-Montes. Agora, coisas como bifinhos com cogumelos é que não teremos de certeza”, garante o chefe. Na equipa, ele terá dois elementos que estavam em lay-off e que trabalhavam no espaço de Castro e Silva no Mercado da Ribeira. Ele continuará a viver em Lisboa, embora agora esteja mais ligado a projectos na zona do Porto – o restaurante Casario, na Ribeira, e o De Castro, em Vila Nova de Gaia – e no Douro, no enoturismo do produtor Quinta do Ventozelo.
Rodrigo Costa Félix destaca ainda outra característica das propostas gastronómicas do Fado ao Carmo, o facto de só trabalharem com produtos portugueses. “Até o whisky é português, feito em Alpiarça por um nortenho que adoptou o nome artístico de Jay Venakki e que também faz vodka e gin”, sublinha. Ou a água tónica, da marca Castello. “Gosto muito de gastronomia, gosto muito de cozinhar, e de facto nem sempre as casas de fado, com algumas e honrosas excepções, são locais conhecidos pela boa cozinha. Acho mesmo que muitos portugueses têm o preconceito – que nem sempre se justifica – que nas casas de fado se paga muito e se come mal. Nós queremos contribuir para acabar com essa ideia”, conclui.
Fado ao Carmo
Rua da Condessa, 52, Lisboa (ao Largo do Carmo)
Tel. 912 115 677
Em Abril, aberto de segunda-feira e sexta-feira, das 19h às 22h. A partir de Maio, abertura prevista das 19h às 2h, encerrando só à terça-feira.
Mais do que uma consultoria, é uma amizade. É assim que Miguel Castro e Silva define a sua ligação ao Fado ao Carmo, que reabre na segunda-feira com novos proprietários e novas propostas gastronómicas, assinadas por este conhecido chefe portuense radicado em Lisboa há uns anos. E os amigos de Miguel Castro e Silva são dois nomes ilustres do fado, o intérprete Rodrigo Costa Félix e o guitarrista Luís Guerreiro, que decidiram recentemente adquirir esta casa, situada bem perto do Largo do Carmo. Aberta há cerca de ano e meio, ela tinha fechado por causa da pandemia e os novos proprietários apostaram na qualidade e na identidade gastronómica como factor diferenciador, mesmo sabendo que os turistas estrangeiros, público fundamental deste tipo de estabelecimentos, ainda podem demorar algum tempo para voltar.
“Acho que as pessoas estão muito desejosas de voltar a sair. Já temos a primeira semana toda reservada e só com portugueses”, disse Rodrigo Costa Félix ao Mesa Marcada. Para já, devido às restrições ainda em vigor, dos 40 lugares do Fado ao Carmo, apenas 20 estarão disponíveis, a abertura é só até às 22h (abre às 19h) e por enquanto ficará fechado aos fins de semana. Depois, a terça-feira será o dia de encerramento. “Pode parecer estranho uma casa de fados fechar tão cedo, mas espero que em breve, com o previsto levantamento das restrições, possamos funcionar até às 2h da manhã e dar dois serviços de jantar”, afirma o fadista.
Assim, por 35 euros por pessoa, há um menu que integra couvert e três petiscos colocados logo na mesa mal se chega, com escabeche de codorniz, salada (alcachofras com queijo de cabra é uma das actuais propostas) e pastéis de massa tenra. Nos pratos principais, escolhe-se entre bacalhau à Brás, lombo de bacalhau assado com crosta de ervas, filetes de polvo com arroz de tomate e pimentos, posta de alcatra com molho vilão, batata a murro e couve à antiga, bochecha assada com migas de espargos verdes ou costela mendinha com arroz de forno (um “clássico” de Castro e Silva). E ainda uma empada de legumes como opção vegetariana. Nas sobremesas, mousse de chocolate com crocante de amêndoa, maçã assada com vinho do Porto, pudim flan ou toucinho do céu. Água, café e uma bebida (um copo de vinho ou uma cerveja) estão incluídos no preço, bem como o “couvert artístico”, garantido por Rodrigo Costa Félix e Luís Guerreiro, mas que terá vários convidados, não só das novas gerações, mas também de nomes famosos das mais antigas.
Miguel Castro e Silva diz que fez uma lista de pratos “assumidamente” direcionada para turistas, mas cujas opções certamente também agradarão aos clientes portugueses, com influências de diversas regiões do país. “As duas primeiras semanas vão ser de teste, mas tenho já outros pratos pensados – como, por exemplo, coxa de pato com canela e azeitonas, como se faz em Trás-os-Montes. Agora, coisas como bifinhos com cogumelos é que não teremos de certeza”, garante o chefe. Na equipa, ele terá dois elementos que estavam em lay-off e que trabalhavam no espaço de Castro e Silva no Mercado da Ribeira. Ele continuará a viver em Lisboa, embora agora esteja mais ligado a projectos na zona do Porto – o restaurante Casario, na Ribeira, e o De Castro, em Vila Nova de Gaia – e no Douro, no enoturismo do produtor Quinta do Ventozelo.
Rodrigo Costa Félix destaca ainda outra característica das propostas gastronómicas do Fado ao Carmo, o facto de só trabalharem com produtos portugueses. “Até o whisky é português, feito em Alpiarça por um nortenho que adoptou o nome artístico de Jay Venakki e que também faz vodka e gin”, sublinha. Ou a água tónica, da marca Castello. “Gosto muito de gastronomia, gosto muito de cozinhar, e de facto nem sempre as casas de fado, com algumas e honrosas excepções, são locais conhecidos pela boa cozinha. Acho mesmo que muitos portugueses têm o preconceito – que nem sempre se justifica – que nas casas de fado se paga muito e se come mal. Nós queremos contribuir para acabar com essa ideia”, conclui.
Fado ao Carmo
Rua da Condessa, 52, Lisboa (ao Largo do Carmo)
Tel. 912 115 677
Em Abril, aberto de segunda-feira e sexta-feira, das 19h às 22h. A partir de Maio, abertura prevista das 19h às 2h, encerrando só à terça-feira.
Partilhar:
Gostar disto: