Pode parecer uma solução de continuidade, já que nos últimos sete anos era o chefe do Feitoria, trabalhando de perto com João Rodrigues, chefe executivo que supervisionava todo grupo hoteleiro Altis, que saiu em 22 de Abril deste restaurante de Lisboa que ostenta uma estrela Michelin, mas André Cruz garante que vai ser uma nova etapa, tendo inclusive mudado todo o menu, o qual significativamente baptizou como “Semente”. Ao Mesa Marcada, o novo chefe do Feitoria afirma que “pode parecer fácil, por ter estado junto e crescido com o João Rodrigues nestes anos, mas a verdade é que uma grande responsabilidade suceder a alguém com o valor enorme, com o nível de exigência que ele tem”. Por isso, admite que pensou bastante antes de aceitar o cargo, mas que acabou por ser “natural” quando percebeu que poderia iniciar uma nova etapa no restaurante.
Aos 34 anos de idade, nascido em Lisboa, mas vivendo na Margem Sul e com uma forte ligação a Figueira de Castelo Rodrigo, numa outra “margem sul”, mas do Douro, onde a família materna mantém uma propriedade e onde chegou a passar um período da sua infância (“acho que é desse tempo que vem a minha ligação à terra, ao gosto pela agricultura, que aliás hoje mantenho numa propriedade dos meus sogros no Pinhal Novo, que tem horta biológica e onde faço apicultura”, diz), André Cruz admite que nos últimos dois anos, marcados pela pandemia, chegou a pensar em partir para outros projectos, mas que “punha na balança” o trabalho que desenvolvia sob a chefia de João Rodrigues e achou sempre que era mais interessante permanecer no Feitoria. “Estaria a mentir se dissesse que não considerava a hipótese de um dia chefiar um projecto com a minha cozinha, mas até há dois meses nunca poderia imaginar que esse projecto poderia ser o próprio Feitoria”, afirma.
Os novos menus “Semente” do Feitoria vão estar já disponíveis (um, de sete “passos”, custa 145 euros, outro, de nove, 160 euros), havendo ainda dois menus vegetarianos (sete “passos” por 100 euros, nove, por 120 euros”), mas André Cruz ainda fala numa “fase de transição” até conseguir implantar totalmente o conceito que idealizou. “Vamos manter a ligação aos pequenos produtores portugueses, aos biológicos, queremos inclusive aprofundar essa ligação como o João Rodrigues vinha fazendo, mas o Semente vai procurar o equilíbrio entre vegetais e proteína animal, sobretudo peixes e mariscos, que gosto muito de trabalhar. Respeito muito quem faz cozinha vegetariana ou muito baseada em vegetais, eu próprio sou consumidor dela, mas a minha linha é mais a do equilíbrio”, explica. No entanto, os menus vegetarianos continuam, já que o restaurante conquistou uma boa clientela para eles. Outro aspecto interessante será a atenção à sazonalidade e qualidade dos produtos: “vamos ver diariamente o melhor que podemos usar, não vamos ter pratos durante um ou dois meses no menu se acharmos que, por exemplo, o pargo nesse dia está melhor do que o cherne ou que uma gamba violeta está melhor do que o carabineiro. E faremos o mesmo com os legumes”.
Para executar estes menus, André Cruz mantem quase todos os elementos da anterior equipa, embora lamente a saída de Fernando Cardoso, antigo subchefe, que considera que “vai fazer muita falta”. Mas nada que lhe diminua o entusiasmo por esta “nova etapa” de um restaurante onde está desde a abertura, em 2009 (já tinha trabalhado com Bertílio Gomes, no antigo Vírgula, e na Bica do Sapato, ambos em Lisboa), tendo apenas interrompido por um ano para uma viagem à América do Sul – esteve no Gustu com a chefe Kamilla Seidler, na Bolívia, e no Boragó, do chefe Rodolfo Guzmán, no Chile -, e de que é agora o terceiro chefe, sucedendo a João Rodrigues, que por sua vez sucedeu a José Cordeiro. “Acho que o Feitoria mostrou ser um restaurante de oportunidades, que permite aos chefes mostrarem a sua cozinha. Espero que também eu possa fazê-lo”, conclui.
A sala do Feitoria
Feitoria
Morada: Altis Belém Hotel & Spa, Doca do Bom Sucesso, Lisboa
Pode parecer uma solução de continuidade, já que nos últimos sete anos era o chefe do Feitoria, trabalhando de perto com João Rodrigues, chefe executivo que supervisionava todo grupo hoteleiro Altis, que saiu em 22 de Abril deste restaurante de Lisboa que ostenta uma estrela Michelin, mas André Cruz garante que vai ser uma nova etapa, tendo inclusive mudado todo o menu, o qual significativamente baptizou como “Semente”. Ao Mesa Marcada, o novo chefe do Feitoria afirma que “pode parecer fácil, por ter estado junto e crescido com o João Rodrigues nestes anos, mas a verdade é que uma grande responsabilidade suceder a alguém com o valor enorme, com o nível de exigência que ele tem”. Por isso, admite que pensou bastante antes de aceitar o cargo, mas que acabou por ser “natural” quando percebeu que poderia iniciar uma nova etapa no restaurante.
Aos 34 anos de idade, nascido em Lisboa, mas vivendo na Margem Sul e com uma forte ligação a Figueira de Castelo Rodrigo, numa outra “margem sul”, mas do Douro, onde a família materna mantém uma propriedade e onde chegou a passar um período da sua infância (“acho que é desse tempo que vem a minha ligação à terra, ao gosto pela agricultura, que aliás hoje mantenho numa propriedade dos meus sogros no Pinhal Novo, que tem horta biológica e onde faço apicultura”, diz), André Cruz admite que nos últimos dois anos, marcados pela pandemia, chegou a pensar em partir para outros projectos, mas que “punha na balança” o trabalho que desenvolvia sob a chefia de João Rodrigues e achou sempre que era mais interessante permanecer no Feitoria. “Estaria a mentir se dissesse que não considerava a hipótese de um dia chefiar um projecto com a minha cozinha, mas até há dois meses nunca poderia imaginar que esse projecto poderia ser o próprio Feitoria”, afirma.
Os novos menus “Semente” do Feitoria vão estar já disponíveis (um, de sete “passos”, custa 145 euros, outro, de nove, 160 euros), havendo ainda dois menus vegetarianos (sete “passos” por 100 euros, nove, por 120 euros”), mas André Cruz ainda fala numa “fase de transição” até conseguir implantar totalmente o conceito que idealizou. “Vamos manter a ligação aos pequenos produtores portugueses, aos biológicos, queremos inclusive aprofundar essa ligação como o João Rodrigues vinha fazendo, mas o Semente vai procurar o equilíbrio entre vegetais e proteína animal, sobretudo peixes e mariscos, que gosto muito de trabalhar. Respeito muito quem faz cozinha vegetariana ou muito baseada em vegetais, eu próprio sou consumidor dela, mas a minha linha é mais a do equilíbrio”, explica. No entanto, os menus vegetarianos continuam, já que o restaurante conquistou uma boa clientela para eles. Outro aspecto interessante será a atenção à sazonalidade e qualidade dos produtos: “vamos ver diariamente o melhor que podemos usar, não vamos ter pratos durante um ou dois meses no menu se acharmos que, por exemplo, o pargo nesse dia está melhor do que o cherne ou que uma gamba violeta está melhor do que o carabineiro. E faremos o mesmo com os legumes”.
Para executar estes menus, André Cruz mantem quase todos os elementos da anterior equipa, embora lamente a saída de Fernando Cardoso, antigo subchefe, que considera que “vai fazer muita falta”. Mas nada que lhe diminua o entusiasmo por esta “nova etapa” de um restaurante onde está desde a abertura, em 2009 (já tinha trabalhado com Bertílio Gomes, no antigo Vírgula, e na Bica do Sapato, ambos em Lisboa), tendo apenas interrompido por um ano para uma viagem à América do Sul – esteve no Gustu com a chefe Kamilla Seidler, na Bolívia, e no Boragó, do chefe Rodolfo Guzmán, no Chile -, e de que é agora o terceiro chefe, sucedendo a João Rodrigues, que por sua vez sucedeu a José Cordeiro. “Acho que o Feitoria mostrou ser um restaurante de oportunidades, que permite aos chefes mostrarem a sua cozinha. Espero que também eu possa fazê-lo”, conclui.
Feitoria
Morada: Altis Belém Hotel & Spa, Doca do Bom Sucesso, Lisboa
Tel: 210 400 208
E-mail: restaurantefeitoria@altishotels.com
Web: www.restaurantefeitoria.com
Horário: só jantar, de terça-feira a sábado
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