Notas

Há mais um chef português com uma estrela Michelin em Budapeste

A Michelin anunciou há dias a edição 2021 do seu guia da capital da Hungria e entre as novidades conta-se a atribuição de uma estrela Michelin ao restaurante Essência, do chef português Tiago Sabarigo. Não é a primeira vez que o Sabarigo, natural de Évora, conquista tão desejado troféu, já o tinha feito antes como chef executivo do Costes Downtown, mas é a sua estreia com um restaurante de que é chef e proprietário – junto com a sua mulher, a húngara, Eva Jenei – e apenas um ano após abrir portas.  

Segundo o Guia Michelin, os menus do “elegante e acolhedor” restaurante Essência, localizado no centro da cidade, “são uma jovial celebração das culturas” de Tiago e Eva.

As referências gastronómicas e culturais a Portugal são evidentes, quer na decoração do lugar, onde se destacam os azulejos Viúva Lamego, quer nas propostas do menu onde não faltam ingredientes e interpretações autorais do receituário luso, já para não falar de produtos como o azeite, o vinho ou o café.   

“Considero Budapeste como a minha casa, especialmente com a família que criei aqui. E abrir um restaurante próprio era algo que sempre quis. Juntamente com a minha mulher, Eva, sentimos que era óbvio abrir um espaço com influências portuguesas e húngaras”, referia, em Setembro do ano passado, o chefe alentejano à Etaste. Ainda segundo esta publicação o nome, Essência, “é o resultado de duas gastronomias distintas que partilham várias semelhanças, desde especiarias, a enchidos e refogados com porco e frango”.

Sabarigo é mais um dos casos de um chefe português que fez praticamente toda a carreira fora de portas, sobretudo em Londres, onde passou por restaurantes como Petrus, Pied à Terre e Texture. Porém, foi numa curta passagem pelo Ritz Four Seasons Lisboa que conheceu o chefe Miguel Rocha Vieira, que o seduziu a viajar para a Hungria onde acabaria como chef executivo do Costes Downtown, de que o primeiro era (e é) o responsável, até sair para criar então o seu próprio restaurante. 

Por falar em Miguel Rocha Vieira, o primeiro o primeiro cozinheiro português a chegar a este patamar na capital húngara, é de destacar ainda o facto de manter nesta recente edição do Guia Michelin Budapeste as duas estrelas alcançadas anteriormente nos restaurantes Costes (uma) e Costes Downtown (a outra). 

Uma nota final para referir alguns indícios deixados pelo anúncio desta edição, quando faltam menos de três meses de ser revelado o guia Portugal e Espanha. O primeiro é que sendo a edição digital (como será também a Ibérica) os inspectores puderam trabalhar durante um período mais longo. O segundo é que apesar da conjuntura complicada os seus critérios foram os mesmos de outras ocasiões: “não tomaram nenhum atalho que pudesse ter comprometido a integridade do Guia e de sua metodologia”.

Nota: Fotos retiradas do Instagram do restaurante

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